A Estação contemplava, à data da sua construção, o Edifício de Passageiros, o Hotel Avenida Palace (1892), hotel de estação, a grande cobertura em ferro e vidro da zona das plataformas, o túnel que concretiza a ligação com a Estação de Campolide, com 2610 metros de comprimento, toda a rede ferroviária, o Largo Duque de Cadaval e a Rua Nova, conjunto de rampas projetadas que permitem o acesso entre o Largo e a zona de embarque para os comboios.
Para concretizar o desejo de equipar a capital do Reino com uma grande estação central de caminhos-de-ferro, e de tornar Lisboa a Porta da Europa, é escolhida a zona do Rossio que constituía, com a Praça do Comércio, o eixo político e económico da capital em meados do século XIX.
A Companhia Real de Caminhos-de-Ferro Portugueses incumbiu ao arquiteto José Luis Monteiro (Lisboa, 1848 - Lisboa, 1942) o projeto da estação – edifício de passageiros e cobertura das plataformas, impondo a adoção do estilo neomanuelino, revivalismo de um estilo genuinamente nacional.
A mestria de Monteiro revela-se na forma como projeta a inserção da estação no meio urbano, resolvendo, através do edifício, o grande desnível existente entre o piso das plataformas e a Praça Luis de Camões (atual Largo do Regedor).
A singularidade deste conjunto reside, também, no desenho das fachadas, aliando elementos do vocabulário próprio do manuelino, tais como flores, pináculos, as platibandas rendilhadas no coroamento das fachadas, esferas armilares e estatuária (El Rei D. Sebastião) à simbologia ferroviária – o relógio, os medalhões com as efígies de Stephenson, de Fontes Pereira de Melo e do Rei D. Luís, numa composição eclética de pedra, ferro e vidro.
No piso intermédio do edifício localiza-se a Sala do Rei, ex-libris do património ferroviário português e no piso das plataformas podemos ver os tondos cerâmicos de Lucien Donnat e Rogério Amaral, oferecidos pelo Fundo de Fomento de Exportação, em 1958, e os painéis de azulejos de Lima de Freitas (1995) sobre mitos e lendas da cidade de Lisboa.
José Luis Monteiro é também o autor do Hotel Avenida Palace, de composição clássica e influência francesa.
Em 1991 foi concretizada a ligação da estação ferroviária à estação de metropolitano dos Restauradores.
Os edifícios da Estação do Rossio e do hotel estão classificados como Imóveis de Interesse Público, pela Direção Geral do Património Cultural (DGPC), desde a década de 1970.
Outros Prémios e Reconhecimentos
- Menção Honrosa Brunel Awards, 2011, na categoria de Edifício de Passageiros (Renovação e Reabilitação)
- Eleita, em maio de 2012, uma das 10 mais belas estações do mundo pela revista norte‑americana “Flavorwire"
- Prémio “Reabilitação” (Óscares do Imobiliário, revista “Construir”)
- Certificado de Excelência, em 2015, pelo TripAdvisor, no setor de turismo e hotelaria
Estátua de D. Sebastião
Na sequência da destruição da estátua de D. Sebastião que se encontrava na fachada da estação, num ato de vandalismo ocorrido em maio de 2016, a Infraestruturas de Portugal prepara o seu restauro possível tendo sido contactadas várias empresas especializadas na colagem dos fragmentos da estátua original, após o que será definida uma nova localização.
Além do restauro da estátua original, a Infraestruturas de Portugal tem em preparação, com o apoio da DGPC, outro procedimento para execução de uma réplica, que será colocada na fachada da Estação do Rossio.