António Laranjo, presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), foi um dos oradores sobre o tema “Investimentos Nacionais” no evento “Portugal Railway Summit 2021”, que decorre entre os dias 2 e 3 de fevereiro.
Este evento digital decorre no âmbito do Ano Europeu do Transporte Ferroviário e da Presidência Portuguesa da Comissão Europeia e foi organizado pela Associação da Plataforma Ferroviária Portuguesa (PFP), reconhecida como o “Cluster da Ferrovia Portuguesa”.
No debate sobre os “Investimentos Nacionais”, o presidente da IP salientou que o Programa Ferrovia 2020 “se encontra numa fase decisiva do seu desenvolvimento”, na qual fica evidente a transição já concretizada do projeto para a obra, “com cerca de 80% em contratação, no terreno ou mesmo já concluído”, dando nota de que “apesar da pandemia, nenhuma obra parou”.
O responsável deu a conhecer algumas das intervenções de maior relevância inseridas neste plano de investimento, com destaque para “a maior obra de construção de caminho de ferro deste século, entre Évora e Elvas, com execução no terreno”, a “reabertura da Linha da Beira Baixa entre a Covilhã e Guarda”, as “intervenções na Linha do Norte”, a principal linha ferroviária em Portugal, a “eletrificação da Linha do Minho entre Viana do Castelo e Valença” e a “modernização da Linha da Beira Alta”.
Sobre o Programa Nacional de Investimento - PNI2030, António Laranjo sublinhou que, ao contrário do Ferrovia 2020 “que está especialmente vocacionado para o transporte de mercadorias e para as ligações internacionais”, o PNI2030 “aposta no segmento de passageiros, designadamente no principal eixo estruturante nacional de Norte a Sul, contemplando investimentos disruptivos”, estando a IP “já a iniciar o desenvolvimento dos respetivos projetos”.
Neste sentido, o presidente da Infraestruturas de Portugal realçou o investimento na Nova Linha de Alta Velocidade Porto – Lisboa, “uma linha, em via dupla, de alta velocidade”, que terá uma “implementação faseada, entre 2021 e 2030, iniciando-se com o troço Porto-Soure”.
Em termos de objetivos, a linha de Alta Velocidade pretende que o tempo de percurso entre Campanhã, no Porto, e Oriente, em Lisboa, seja de 1h15m, com uma redução generalizada de tempos de percurso a outros pontos do país, libertando a capacidade da Linha do Norte para melhor servir os comboios suburbanos, regionais e de mercadorias. O investimento associado é, numa 1ª fase, de 2.300 M€ e de 4.500 M€ no total.
“Esta nova linha permitirá dar um salto qualitativo no serviço ferroviário e transformar profundamente o território”, afirmou o responsável.
Por último, António Laranjo deu a conhecer o investimento da IP na renovação dos seus quadros, apostando no reforço e rejuvenescimento do capital humano da empresa: “já integrámos 170 novos trabalhadores desde 2017 e temos atualmente em curso o mais importante programa de recrutamento na história da IP, num total de 215 novos trabalhadores”, finalizou.
Presentes no painel “Investimentos Nacionais”, com moderação de António Costa Silva, estiveram Nuno Freitas, presidente da CP – Comboios de Portugal, Vítor Santos, presidente do Metropolitano de Lisboa, e Tiago Braga, presidente do Metro do Porto, os quais apresentaram os investimentos previstos para estas três empresas.