O encontro, que reuniu os principais gestores das redes ferroviárias da União Europeia, focou-se no futuro do setor ferroviário europeu, abordando temas como a alta velocidade, a gestão da capacidade ferroviária, o financiamento comunitário, a digitalização, a interoperabilidade, entre outros.

Um dos momentos de destaque foi a intervenção de Miguel Cruz, presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), no painel de discussão estratégica sobre a recente Comunicação da Comissão Europeia relativa à Implementação da Rede Ferroviária de Alta Velocidade na Europa. O painel, moderado por Alain Quinet, Vice-CEO da SNCF Réseau (França), contou também com a participação dos representantes das empresas congéneres da Polónia (PKP-PLK), de Itália (RFI) e dos Países Baixos (ProRail).

Os intervenientes neste painel debruçaram-se sobre as seguintes questões:

• Como tornar a alta velocidade um vetor de inovação e interoperabilidade?
• Como atrair novos operadores ferroviários num quadro de mercado liberalizado, como acontece em Espanha, França e Itália?
• Como desenvolver infraestruturas para a alta velocidade, inserindo a rede de alta velocidade na rede convencional existente, incluindo a adaptação das estações existentes?
• De que forma se poderá promover uma melhor e mais ampla cooperação entre as redes ferroviárias, de modo a incentivar o desenvolvimento de novos serviços transfronteiriços?

Na sua intervenção, Miguel Cruz reiterou a necessidade de se abordar os objetivos da Comissão Europeia com realismo, face aos enormes desafios que se colocam à implementação de novos projetos e à necessidade de melhorar a relação custo-eficiência destes, e, em simultâneo, o desafio que deriva das alterações climáticas, que requerem um reforço de meios financeiros, humanos e materiais que escasseiam em toda a Europa.

Por outro lado, o presidente da IP não deixou de destacar o impacto transformador da alta velocidade ferroviária na coesão, sustentabilidade e competitividade da Europa, salientando que o investimento no setor tem efeito multiplicador.
Além da referida discussão estratégica sobre a rede de alta velocidade, a reunião do PRIME abordou outros temas, designadamente:

• Breve enquadramento sobre as iniciativas da Comissão Europeia atualmente em curso, bem como das propostas legislativas para o próximo quadro financeiro comunitário (2028-2034);
• Apresentação do recente acordo relativo à proposta de Regulamento da Capacidade da Infraestrutura Ferroviária no âmbito do Espaço Ferroviário Europeu Único;
• Apresentação da atividade desenvolvida pelos diversos subgrupos PRIME, bem como a apresentação e adoção do Programa de Trabalho desta plataforma para o exercício de 2026.

A IP integra o Plenário do PRIME através de Gonçalo Oliveira, Gestor da Representação Internacional (DSN), e de Henrique Teles, Gestor de Planeamento da Capacidade (DEP). A participação da IP nesta estrutura reflete o compromisso da empresa em alinhar-se com as melhores práticas europeias. A IP tem contribuído significativamente para os grupos de trabalho do PRIME, em áreas como benchmarking, inovação, tarifação e gestão de capacidade, partilhando a experiência portuguesa e acompanhando as evoluções políticas e técnicas da União Europeia.