Rotas dos Azulejos - Linha do Minho

149 JOÃO ALVES DE SÁ Lisboa, 1878-1982 “Discípulo de Manuel de Macedo. Formado em Direito seguiu, no entanto, a carreira de pintor. Distinguiu-se pelo saber e pela sensibilidade nas suas aguarelas de bela transparência e luminosidade, de cromatismo suave e impressivo. O crítico Joaquim Costa faz notar com justeza que Alves de Sá ‘pinta a aguarela como qualquer outro mancharia quadros a óleo’, querendo assim significar que o artista sabe tirar todo o partido da matéria pobre por ele preferida. Acrescenta que o aguarelista, graças à sua costela germânica, soube refrear ‘os excessos do idealismo peninsular’. Está representado no Museu de Arte Contemporânea com os delicados cartões ‘Vila de Santo Isidoro’ e ‘Recolhendo o rebanho’ e no Museu da Cidade de Lisboa com o trecho fluvial ‘Barcos na doca’, soberbo de luz e cor. Também há obras suas na Casa dos Patudos, perto de Almeirim. Alcançou altas distinções, com a medalha de honra em aguarela na Sociedade Nacional de Belas Artes e o 1º Prémio Roque Gameiro (1947), do Secretariado Nacional de Informação.” Como pintor ceramista fez trabalhos de decoração em azulejo para várias estações de caminhos de ferro, “para o Governo Civil de Lisboa, Sé do Porto e Hospital-Sanatório da Colónia Portuguesa do Brasil, em Coimbra, etc.” Trabalhos em quatro estações, três ferroviárias e uma fluvial produzidos na Fábrica de Cerâmica Viúva Lamego: - Vilar Formoso (azulejos colocados nos finais da década de 1930) - Rio Tinto (azulejos colocados em 1936) - Estremoz (azulejos colocados em 1940) - Antiga Estação fluvial do Sul e Sueste – Inaugurada em 28 de maio de 1932, projeto do arquiteto José Ângelo Cottinelli Telmo, nela foram aplicados, no vestíbulo de passageiros, painéis de azulejo representando os escudos de dez cidades, cinco do Alentejo e cinco do Algarve, servidas pela rede do Sul e Sueste, desenhados pelo Capitão José Estevão Victória Pereira (autor também dos azulejos da Estação de Óbidos, 1943) e, nas salas de espera, as paredes foram revestidas com azulejos do pintor João Alves de Sá. Fernando de Pamplona

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