Rotas do Azulejos - ROTA AUTORIA JORGE COLAÇO

LINHA DO MINHO ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE PORTO–SÃO BENTO EDIFÍCIO DE PASSAGEIROS 1916 PROJETO Arquiteto José Marques da Silva AZULEJOS 22 000 azulejos organizados segundo uma hierarquia vertical, ora em policromia ora em composições monocromáticas de azul e branco. Representam uma cronologia dos meios de transporte utilizados pelo Homem, vários mitos e quadros da História de Portugal, cenas de trabalho campestre e costumes etnográficos, bem como uma alegoria ao caminho-de-ferro. APLICAÇÃO DOS AZULEJOS 1915 CENTRO DE PRODUÇÃO Real Fábrica de Louça de Sacavém ENCOMENDADOR Direção do Minho e Douro – Caminhos de Ferro do Estado “A gare de São Bento causa uma impressão grandiosa como nenhuma outra em Portugal. (…) O movimento da multidão, os que se apressam e os que correm, os rostos ansiosos e outros tocados de mil expressões, de cautela, de expectativa, e de susto, mostram uma variedade infinita de paixões que às vezes não atingem sequer a mudança de expressão. Há quem tenha ar de fugitivo. De abandonado, de predador, de pacato transeunte entre duas vias. Os azulejos são magníficos, assinados por Jorge Colaço, dum azul de Delft verdadeiramente luminoso e profundo. É ainda o tema do rio Douro, o barco que espera ser carregado de pipas, o barco ainda na margem, estando de pé a barqueira com a mão em pala sobre os olhos e já sentadas as passageiras, as feirantes, com arrecadas de ouro e o companheiro de todos os climas, o guarda-chuva de algodão preto. Os azulejos contam toda uma poesia que não é épica, é o viver de todos os dias, é um sermão sem sotaina, é um contrato social sem filosofia.” Agustina Bessa-Luís As Estações da Vida No dia 5 de outubro de 1916, seis anos depois da implantação da República, é inaugurada no Porto a Estação de São Bento, edificada no local do extinto Convento de São Bento de Ave Maria. Com projeto do arquiteto portuense José Marques da Silva, a estação vem substituir as antigas instalações existentes, aquando da abertura da Linha Urbana do Porto, em 1896, ligando o sítio de São Bento à Estação do Pinheiro (Campanhã), às linhas do Minho e Douro e, pela Ponte Maria Pia (1877), à restante rede ferroviária. Jorge Colaço pinta, entre 1905 e 1908, os painéis de azulejos que cobrem completamente as paredes do vestíbulo do edifício de passageiros.

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